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Gestão Desportiva versus Gestão Financeira

Carrillo - Oportunidades desaproveitadas no Benfica

Gestão Desportiva versus Gestão Financeira


Um treinador, que se respeite a si próprio e a sua função, só pode fazer um tipo de gestão do plantel: a gestão desportiva. Parece-me que Rui Vitória não se limita à gestão desportiva do plantel.

Só assim se compreende a sua insistência em conceder oportunidades a Carrillo que muito displicente e consecutivamente as desaproveita: a SAD pretende vendê-lo e este propósito só é exequível se jogar. Rui Vitória parece prestar-se a este papel. Mal. Ao treinador não lhe cabe fazer a gestão das necessidades financeiras do Clube, sob pena de perder autoridade.

Mas há um outro erro de RV em relação a este jogador: é não ter  percebido ainda que André Carrillo é aquele tipo de  jogador que só se empenha se o treinador, permanentemente, lhe "aquecer as orelhas". Carrillo, como jogador, é como aqueles empregados, que os há,  que mal o patrão vira costas abrandam de imediato o ritmo. RV deixa-o à vontade, entregue a si próprio, não o disciplinando tacticamente (aliás, disciplina táctica não é característica visível neste Benfica de Rui Vitória). Erro de apreciação de mentalidade desportiva.

Rui Vitória que tanto se distanciou de Jorge Jesus no ano passado, quer no discurso, quer no comportamento dentro do campo, quer na gestão do plantel, parece agora sofrer dos mesmos tiques do antigo treinador. Convencido (a partir das duas vitórias concludentes com o Vitória de Guimarães) que tem nas suas mãos duas equipas equivalentes, está a rodar demasiados jogadores. Deu-se ao luxo de entrar (na meia-final contra o Moreirense) sem Cervi e sem Zicovich... Erro que nos saiu caro. Ao contrário do ano passado que tinha uma equipa base e que a "espremeu" até ao fim, este ano só Pizzi, Samaris (após a lesão de Fejtsa), Salvio e Nelson têm lugar fixo no onze. Um outro tique preocupante é o comportamento de RV quando, por culpa própria perde, como, surpreendentemente, aconteceu com o Moreirense. Perde o jogo e perde também a cabeça. Com os árbitros. Tal como Jorge Jesus! Desta vez, com consequências imprevisíveis e  num momento crucial do campeonato.


Texto por: Manual Sampaio


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