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Adeus Tetra, até depois...

Disciplina táctica, conceito que não está no léxico de Rui Vitória

Adeus Tetra, até depois...


Estava na cara da derrota com o Moreirense que uma nova derrota estava prestes a acontecer.   Não foi surpresa. Surpresa só para os que vivem ainda encantados e embalados com o "discurso" de Rui Vitória. Primeira parte jogada a passo, sem velocidade e sem acutilância. Pizzi, andou desaparecido todo o tempo. Esgotado. Não construiu uma jogada ofensiva. Defender não é mister dele e quando tenta faz falta. Se a primeira parte foi deprimente, a segunda parte foi desastrada. Intranquilidade manifesta. Passes errados seguidos de passes errados. Por incapacidade nítida de progredir no terreno, cometiam-se faltas sobre faltas. Nada era feito com nexo. O Benfica era uma equipa desnorteada, desmantelada tacticamente, sem qualquer fio de jogo. Como um baralho de cartas este Benfica de Rui Vitória desmorona-se à primeira  contrariedade. Confirma-se o que ando a dizer há muito: Rui Vitória não incute qualquer disciplina táctica. Tudo está entregue à criatividade (que é muita) e ao bom momento de forma dos jogadores. Quando se ganha quase não se nota esta carência, mas esta torna-se gritante quando as coisas começam a correr mal. Foi o que aconteceu ontem.

Pizzi permaneceu, mesmo coxeando, quase todo o tempo em campo. Por que não foi substituído por Samaris? A chamada de Carrilho é típica de quem, descrente no colectivo, procura um milagre. E este esteve quase acontecer: Basta o árbitro ter feito o que lhe competia, assinalando a grande penalidade. Era um pequenino milagre, mas traduzir-se-ia em mais um ponto de diferença para o segundo. Jonas foi uma sombra de si próprio. Não está em forma. A dada altura gritei: tira o Jonas e mete o Guedes! Segredaram-me que o Gonçalo tinha sido vendido... "Então mete o LFV, porra"! Adiantei!

Muito mal vai financeiramente um Clube quando o Presidente, juntamente com o empresário, anda, em périplo, a promover a venda de jogadores. E pior, quando, não conseguindo vender os jogadores a que se propunham (Jiménez e Lindeloff), vendem o que não estava, desportivamente falando, na lista de prioridades.

Temo, é o meu grande temor, que Rui Gomes da Silva (e mais alguns Benfiquistas, que não eu), venha este ano a engolir as acusações injustas e cruéis que tem  provocatória e insistentemente lançado sobre Jorge Jesus: que num determinado ano tudo havia perdido! Parece-me que Rui Vitória vai pelo mesmo caminho. Com uma agravante para Rui Vitória: nunca JJ teve no banco tantas soluções e tão caras (Jimenez 22 milhões, Rafa 16 milhões, fora as comissões)! Nunca JJ viu um plantel "montado" tão a tempo e horas! É verdade, é imperios reconhecer, que nunca JJ se viu a braços com tantas lesões como Rui Vitória! Mas, pergunto, se não havia também mérito na preparação física de JJ.

O Benfica está em manifesta crise de forma. Os pontos voam assustadoramente, quer em casa, quer fora. Contentavam-se alguns Benfiquistas (Rui Gomes da Silva, em particular), com algum gozo e sarcasmo dirigido ao conhecido rival, em sagrarem-se campeões ganhando aos "pequenos" e perdendo com os "grandes". Ironia: este ano, nem grandes, nem pequenos...

Só há uma maneira de o Benfica voltar a ganhar "élan" e sonhar de novo com uma vitória no campeonato: é o vilipendiado Jorge Jesus ganhar o próximo jogo no Dragão (e, claro, o Benfica cumprir o seu papel no jogo que tem em casa)! Suprema ironia, não é Rui Gomes da Silva!?

Texto por: Manuel Sampaio


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