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Rescaldo do Sporting CP - SL Benfica

Breve análise ao "derby".

Rescaldo do Sporting CP - SL Benfica

Passou o "derby" e conforme previmos, ficou tudo mais ou menos na mesma. Apesar do FC Porto não ter aproveitado para encurtar a distância para o líder, continua tudo em aberto para as últimas quatro jornadas. O SL Benfica tem neste momento alguma vantagem teórica por ter mais três pontos e por ter ultrapassado os desafios teoricamente mais complicados desta fase.

Em relação ao jogo, o equilíbrio foi quase constante com um ou outro desequilíbrio (quase sempre em transições) de parte a parte. O controlo da posse foi maioritariamente do Benfica mas os melhores desequilíbrios foram criados pelo Sporting. No final de contas os golos apareceram apenas nas situações de bola parada para ambos os lados que resultaram no desfecho que previmos, mais um empate. O jogo foi intenso, sobretudo pela falta de controlo da posse em ambas as equipas, e acabou por ser um espetáculo interessante, mesmo com poucas oportunidades claras de golo. O SL Benfica acabou por não baixar as linhas tanto como prevíamos mas foi sobretudo por ter começado o jogo a perder...

Olhando com algum detalhe para a equipa do Benfica as dificuldades em controlar a profundidade continuam mais acentuadas a cada jogo que passa. Só não se nota mais nos resultados dada a diferença abismal na qualidade individual quando comparada com as restantes equipas (sim, mesmo os grandes!).

Primeiro lance de descoordenação defensiva. Tivesse William feito um passe melhor, mesmo nas costas de Grimaldo, e Gélson (que jogo endiabrado do miúdo!) teria certamente encarado Ederson.

Mais uma situação de descontrolo posicional na linha defensiva que podia ter acabado em golo, caso Bas Dost não falhasse a baliza a dois metros de distância (mesmo sendo de cabeça). Não me interpretem mal, Nélson Semedo fez mais um bom jogo. Ofensivamente foi dos mais perigosos pelo corredor e criou algumas situações de perigo, no entanto Rui Vitória não preparou a equipa para a projecção dos seus laterais. Sempre que o Benfica perdeu a bola com os laterais projectados o Sporting criou perigo. Fejsa fecha sempre do lado da bola e Pizzi está sempre longe porque é o único médio que constrói em zonas adiantadas. O Benfica não está preparado para pressionar mais alto (deixando espaço nas costas) e usando os dois laterais em situação de criação. Sorte que só há dois adversários com qualidade suficiente para explorar estas debilidades.

Ofensivamente, num jogo que entrou a perder, o Benfica não conseguiu criar uma situação clara de golo. Não conseguiu beliscar o adversário pelas laterais onde costuma ser mais forte (Sálvio deu mais uma bela ajuda...), mesmo contra uma equipa com laterais do calibre dos do Sporting. Muito pouco para um tri-campeão, com possibilidades francas de ser tetra pela primeira vez.

O Sporting, com Gélson a criar perigo sempre que toca na bola, podia ter saído a vencer do jogo. O controlo da bola é sempre um problema (mesmo com Adrien) mas em transição e pelos corredores consegue sempre criar perigo. É  verdade que os erros defensivos continuam (nas laterais) e com um árbitro mais atento podia ter terminado a perder, mas ainda assim nota positiva para a equipa de Jorge Jesus.

Texto por Telmo Frias


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