João Félix e o primeiro brilho na Europa
O génio do jovem prodígio que é muito mais do que golos
Na quinta-feira passada assistimos à primeira grande exposição mediática de nível mundial de João Félix. Marcou 3 golos e fez uma assistência e por isso toda a comunicação social deu conta de um miúdo que começa a dar cartas no futebol mundial com apenas 19 anos. Mas Félix é muito mais do que golos, tudo o que faz tem um sentido, vê sempre mais do os outros e sempre antes dos outros e é por isso que é especial. Tem um potencial tremendo porque é muito jovem, mas tudo o que faz com esta idade é impressionante, mesmo quanto está 4 jogos sem marcar golos, como aconteceu há pouco tempo na liga portuguesa.
A primeira situação que apresentamos é uma das que não aparecem nos resumos do youtube porque não deu golo, mas mostra bem a atenção ao detalhe que Félix dá e mostra que mesmo nas situações onde não é ele que decide tudo é especial.
O jovem português está constantemente à procura de espaço para facilitar a vida dos colegas que têm a bola e consegue receber entrelinhas em diversas situações que acabam por criar oportunidades de golo para ele e para os colegas.
No lance do penalty que dá o primeiro golo do Benfica nos quartos de final da Liga Europa, João Félix mostra como se resolvem situações de igualdade numérica no último terço com qualidade, com pouco espaço e pouco tempo.
Até quando bola não lhe chega quando é a melhor opção ou lhe chega em condições deficientes o jovem do Benfica consegue dar seguimento à jogada, combinar com os colegas e finalizar de forma espetacular, como no caso do 2-1, a finalização mais difícil do jogo da Liga Europa.
Uma caracteríticas que costuma distinguir os jogadores de topo dos outros é a capacidade de estar constantemente a analisar o que se passa em todo o campo para decidir qual a melhor opção em cada instante. O 3-1 é um excelente exemplo disto mesmo. João Félix faz "scans" constantes ao que se passa fora do seu ângulo de visão para perceber, antes dos outros, o que se vai passar e qual a melhor forma de resolver as situações que enfrenta.
É neste tipo de detalhes que os mágicos se distinguem claramente dos restantes praticantes. O timing é outro desses detalhes que só os predestinados conseguem controlar na perfeição e João Félix mostra-nos jogo após jogo que domina esta arte como poucos.
Sabe sempre qual é a melhor altura para atacar a contenção, para soltar, para temporizar ou para atacar a baliza. Lê tudo e antes dos outros e por isso escolhe sempre melhor porque tem mais informação.
Para isto usa o corpo e a bola como poucos para poder fazer as coisas certas nos momentos exactos.
Vamos aproveitar enquanto podemos, semana após semana, ver este jovem talento nos nossos relvados e esperar que algum tubarão do futebol mundial abra os cordões à bolsa para levar mais um prodígio "made in Portugal" para outros voos e outro nível de exigência para que este miúdo posso atingir todo o potencial que hoje conseguimos avaliar. Infelizmente para nós só assim os jogadores portugueses podem atingir um nível superior.
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