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O sucesso de Jorge Jesus

A consagração do Mestre

O sucesso de Jorge Jesus

Inicio esta minha participação, aqui no Onde dá a bola?,  a qual agradeço o convite, e a confiança depositada.

Jorge Fernando Pinheiro Jesus, no mundo da bola o Jorge Jesus, mais propriamente o JJ. Atualmente o “conquistador das Américas”,  é só neste momento, o vencedor da Libertadores da América, e campeão do Brasil.

Comecemos então pelo princípio, ia o longínquo ano de 1990, e o Amora contrata um jovem cheio de ideias novas, e um novo olhar sobre os métodos de treino.  Na época seguinte sobe de divisão. Desde logo, se dava a entender que alem das gafes linguísticas que dizia, era um homem, que falava, pensava e respirava futebol. Rapidamente os clubes da primeira divisão, perceberam que teriam ali um treinador ambicioso, jovem e barato. É através do Felgueiras que na época 95-96 que finalmente se estreia na elite do futebol português, treinando jogadores como por exemplo, um senhor chamado Sergio Conceição, ainda nesse período tem uma discreta passagem pelo União da Madeira. Desce de divisão, mas não mais iria sair da alta roda do futebol português. Treina o U.Leira, o Moreirense, o Estrela da Amadora, o Vitoria de Setubal, o Belenenses, que acaba num 5ºlugar, e com uma final da taça de Portugal, indo ao seu “palco dos sonhos” o Jamor, que mesmo assim iria ficar adiado a tão desejada taça.

Chega ao Braga, clube com uma estrutura e ambições mais próximas daquilo que JJ pretende. Consegue um brilhante 5ºlugar, e um inédito e único titulo internacional que o Braga detém.2009 o Benfica, aposta tudo em JJ, e num clube com estrutura, condições, e meios, consegue o domínio total do futebol português, acordando o “gigante adormecido”, e retirando ao fcPorto a até então a supremacia do futebol nacional. Em 6 anos são 10 títulos, entre os quais, a sua Taça de Portugal, devolve o Benfica a finais europeias, e volta a fazer vibrar os sócios e adeptos do SLB. Torna-se um autentico on mem show, tanto na emotividade, que coloca nos treinos, mas em especial nos jogos, como nas famosas gafes nas flash interview. Todo ele é futebol, dando autenticas lições de tática. Logico que pelo caminho cometeu erros, que lhe valeram perca de títulos, mas faz parte do crescimento, e o JJ crescia e muito. Mudou mentalidades, hábitos, rotinas, tudo para cada vez mais ser mais competitivo, e com condições de ganhar, e ganhou muito mais que perdeu. Sai para o interno rival, onde mais uma vez volta a devolver a esperança aos adeptos sportinguistas, batendo o record de pontos alcançados, mas não chegando para ser campeão. Com uma estrutura fraquejada, pelos acontecimentos em Alcochete, acaba por não conseguir ganhar o tão ambicionado e desejado campeonato pelo “seu “Sporting. Sai para o AL-Halal, mas rapidamente se percebe, que não é nem campeonato, nem futebol para o mestre.

É contratado este ano pelo Flamengo, e em 6 meses de trabalho, conquista a Libertadores da América e o campeonato brasileiro.

Um treinador que aposta em métodos inovadores de treino, que pensa e respira futebol 24h por dia. Coloca as suas equipas a jogar um futebol de ataque, diria mesmo um futebol espetáculo, daquele que realmente leva os adeptos a irem aos estádios, potencializa jogadores, “inventa” jogadores, com posições novas para estes, as suas equipas não sabem o que é jogar a um ritmo lento, quer sempre “alta rotação”, os seus jogadores só conseguem ter mentalidade vencedora, chega com 8 pontos de atraso, e ganho com 13 de avanço.. recupera 20pontos,.. e mesmo depois de tudo isto, teve que chegar ao top com um título internacional, para todos terem que se “vergar” perante a capacidade e trabalho apresentado pelo mestre. Em particular no Brasil, que com medo que os clubes comecem a “abrir” horizontes, foi “desconfiado e maltratado”, por jornalistas, e por próprios colegas, coisa que nunca se passou em Portugal com treinadores brasileiros quando passaram por cá. Agora, rendam-se as evidencias, rendam-se a classe e ao brilhantismo do JJ.

Não há um bom treinador sem bons jogadores, e não há uma boa equipe sem um bom treinador. (...) O treinador é como o jogador: nasce, desenvolve e potencializa. A minha escola, a minha faculdade foi a prática, o treino, foi o jogador. Aí é onde você se cria treinador.

Texto por Pedro Mendes


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