Graus de treinador
Competência ou habitações ?
No ultimo texto do ano, vou fazer uma reflexão e analise sobre um tema que ultimamente toda a gente fala, e opina, mas será que sabem mesmo do que estão a falar ?
Vou falar dos famosos graus, cursos, competências ou equivalências, como lhe queiram chamar desta nova vaga de treinadores, que os conhecíamos dos relvados como jogadores, e alguns muito bons por sinal, outros melhores treinadores, do que alguma vez foram de jogadores.
Começamos pelo principio, um individuo começa por tirar o Grau I ( UEFA C) de treinador de futebol, que rondará os 600/700€, e fica habilitado a treinar equipa de escalão de formação, e equipas seniores no âmbito distrital, e poderá ser adjunto de uma equipa do CNS(campeonato nacional de seniores).
Depois se quiser seguir a sua carreira de treinador, avança para o Nivel II,(UEFA B), que terá um custo de 1200/1300€, onde poderá ser treinador principal do CNS, ou fazer parte de uma qualquer equipa técnica da 1ºLiga, ou uma qualquer liga estrangeira.
E aqui, é que está o problema. Simplesmente, não abrem cursos, para quem quiser ir evoluindo na sua formação, e no seu curriculum académico de treinador, e porquê? Não falo da questão monetária, que é sempre muito discutível, mas porque a ANTF não dá autorização para que se realizem, uma vez que são depois as Associações distritais de futebol que os promovem.
O senhor José Pereira, presidente da ANTF( Associação Nacional de treinadores de futebol), que veio muito indignado com o facto de o SCP, e o SCB, terem contrato jovens treinadores sem as tais “habilitações”, e “níveis” exigidos por lei para poderem serem treinadores principais das equipas que representam, não ter vindo explicar, que os homens não os têm…porque simplesmente não abrem os tais cursos.. e toda a gente para evoluir tem de trabalhar. Ou seja, continuar a treinar, e quando surge a oportunidade, muito bem aproveitam. Este senhor da ANTF, devia vir explicar, porque tem esta “perseguição” com os tais níveis, e quando um treinador pede apoio, á associação que dirige, por exemplo quando um clube não cumpre com os salários ao fim do mês, e são cada vez mais esses exemplos, o apoio, ou a tal indignação é praticamente nula.
Deixem estes novos treinadores trabalharem com tranquilidade, deixem-se destas tontas e parvas falsas moralidades, porque depois vemos treinadores, que em Portugal não possuíam os tais “níveis”, e depois vão trabalhar para o estrangeiro… E são campeões, fazem campeonatos fantásticos. E pergunto eu : que se deve valorizar mais.. os tais níveis, ou a competência enquanto profissional?
Vou só deixar-vos um exemplo, de quem quando chegou ao banco do Benfica, era inscrito como delegado de jogo... José Mourinho.. já ouviram falar? Sabem quem é? Nessa época o treinador inscrito na folha de jogo era o Mozer.
Bom ano para todos! Saudações desportivas!