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UM CABRITA DE CONFUSÕES

Ministro da Administração Interna sacode a água do capote...

UM CABRITA DE CONFUSÕES

 Não querendo fazer deste artigo um conjunto de frases e palavras políticas, visto que as eleições autárquicas são em breve, é inevitável não opinar sobre a postura do Ministro Eduardo Cabrita em relação aos festejos do título dos adeptos do Sporting e ainda as suas palavras na fuga ás responsabilidades que são suas. Mas fuga é o destino que Eduardo Cabrita mais utiliza sempre que a sua pessoa ou o seu Ministério é posto em causa, geralmente, o Ministro é perito em sacudir a água do capote.
 Pode-se enumerar aqui vários casos a envolver o Ministro Eduardo Cabrita que está sob proteção total do Primeiro Ministro António Costa, caso contrário, já tinha sido demitido tantos são os casos a envolver este Ministro. Podia falar na guerra deste com os Bombeiros Portugueses na reforma de toda a Proteção Civil e só uma pessoa inculta não entende a importância dos Bombeiros no socorro ás nossas populações.

 Pode-se falar do caso do cidadão ucraniano morto nas instalações do SEF, em que numa primeira fase desvalorizou o caso, esquecendo que se perdeu uma vida humana, ou o recente caso do ZMAR em Odemira, onde deu ordem para instalação de trabalhadores imigrantes, contra oposição dos proprietários e só a intervenção do tribunal obrigou o Governo a pagar por essa decisão, e mais recentemente, o atropelamento mortal na A6 em que a viatura em que seguia em excesso de velocidade ceifou a vida a um trabalhador que operava naquele momento na autoestrada. O seu silêncio foi ensurdecedor, ter mandado a GNR a casa da viúva entregar uma carta de condolências foi um ato de cobardia e só falar semanas mais tarde após pressionado, mostra que Eduardo Cabrita está a ferro e fogo, que só o Primeiro Ministro o segura no Governo.

 Mas vamos aos factos que se reporta este artigo, a responsabilização pelos festejos dos adeptos do Sporting no dia 11 de Maio 2021.

 A autoridade máxima para permitir este tipo de evento cabe somente ao Ministério da Administração Interna, onde segundo o comunicado do Sporting Clube Portugal, começou a tentar organizar a festa dois meses antes, algo que o próprio Ministério achou prematuro demais e foi adiando essas reuniões com o Sporting, Câmara Municipal Lisboa, DGS, PSP e Polícia Municipal.
Sendo que o país ainda se encontrava em Estado de Emergência, logo o ajuntamento de pessoas era proibido, a PSP foi sempre contra ao desfile e festejos no Marquês de Pombal. O Sporting compreendendo a situação, propôs que a festa se realizasse dentro do Estádio onde seria mais fácil controlar as pessoas e alcançar de alguma forma obrigar ao uso de máscara, proposta essa recusada pela CML, DGS e PSP. Chegou-se então a um consenso onde iria haver apenas um desfile do autocarro com os jogadores sem paragens ao longo do caminho até ao Marquês Pombal, ou seja, desde o Estádio Alvalade XXI, passando pelo Campo Grande, Saldanha e Marquês Pombal, dando a volta à rotunda e regressando ao Estádio. Esta opção foi aceite e organizada pela DGS, PSP e Polícia Municipal embora com muitas reservas, com autorização da Câmara Municipal Lisboa e do Ministério da Administração Interna, autorização essa que chegou apenas dois dias antes da festa.
Era natural que num clube que não vencia o campeonato à 19 anos, que os seus adeptos iam ficar eufóricos e festejar este feito, apesar das restrições devido à pandemia. O Sporting avisou para esse facto que parece ter sido desvalorizado pelo Governo, mais concretamente pelo Ministro Eduardo Cabrita.
O Sporting no mesmo comunicado informou que não teve nada haver com o ajuntamento das claques no exterior do Estádio, pois não controla esse espaço que é público, mas que alguém autorizou, resta saber quem, se a Câmara Municipal Lisboa ou a própria PSP.
Naturalmente, perante o descontrolo da multidão, era impossível a PSP fazer melhor do que fez perante milhares de Sportinguistas, mesmo assim o combinado foi cumprido, o desfile foi efetuado sob vigilância apertada da PSP.

O Governo quis apurar responsabilidades e bem, pois embora previsível esta festa dos sportinguistas, alguém teve de a autorizar, após as investigações do IGAI, o Ministro Eduardo Cabrita que autorizou as celebrações, o desfile, tenta sacudir a água do capote, fugir ás suas responsabilidades, afirmando primeiro que não pode mandar na casa dos outros, mas o Sporting não festejou no Estádio, mas sim nas ruas, que são espaços públicos e também acusou o Sporting de não responder ás perguntas do IGAI e de não colaborar nas investigações, algo prontamente desmentido pelo clube leonino.
Estamos perante mais uma tentativa do poder político em fugir ás suas responsabilidades, em especial Eduardo Cabrita que tem estado metido em várias polémicas e mesmo assim mantêm-se no cargo. Já vimos em diversos Governos, Ministros demitidos por muito menos, mas este Governo PS é especial e então este Ministro Administração Interna é intocável e tem o estatuto de imprescindível.
A verdade é que Cabrita de confusão em confusão, vai assobiando para o lado e continuando a ser o Ministro em quem os portugueses têm de confiar, pois o Primeiro Ministro teima em segurar o Ministro.


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