Convocatória Selecção Nacional
Um leque de luxo
Foram divulgados recentemente os trinta e dois nomes que compõem a convocatória de Roberto Martinez para disputar os próximos dois amigáveis da Selecção Nacional, com vista à preparação para o Europeu que se aproxima a passos largos. Entre as novidades, destacam-se Jota Silva, do Vitória de Guimarães – anteriormente conhecido como Jack Grealish do Casa Pia, e que agora brilha a grande nível ao serviço dos Vimaranenses. Uma chamada que demonstra bem que Martinez não está apenas focado no núcleo duro de jogadores que tem utilizado. Todas as opções são válidas, independentemente do clube onde actua o jogador, ou de quem o representa. Trincão e Francisco Conceição também merecem a chamada ao convívio dos grandes com todo o mérito. Este é mais um ponto a favor do treinador espanhol a quem nada temos a apontar por estes dias. Tem batidos recordes, ganhou todos os jogos que disputou, colocou a selecção a marcar golos que nunca mais acabam e é o espanhol com o melhor português que já passou pelo nosso futebol – ou, pelo menos, o mais esforçado.
Passemos agora às belas dores de cabeça de Roberto Martinez – certamente mais desafiantes do que pronunciar correctamente os “ãos” e os “lhes”. 4-4-2? 3-5-2? Os dois em momentos diferentes do jogo? Um nos jogos mais fáceis e outro nos jogos mais complicados? Trocar de sistema em função do adversário? A meu ver, será um misto disto tudo. Felizmente temos um leque invejável de centrais, e laterais que, tanto à esquerda como à direita, conseguem interpretar com facilidade as nuances tácticas e desafios que cada um destes sistemas implica.
Nestes jogos de preparação, não fará sentido tentarmos adivinhar os onzes que irão entrar em campo, até porque se prevê que irão a jogo dois grupos distintos de jogadores – quinta-feira frente à Suécia, em que teremos pela frente um tal de Viktor Gyokeres, e, na terça-feira, frente à mais humilde Eslovénia. Pensando a longo prazo, o onze que a nosso ver será o mais forte para atacar o Europeu da Alemanha, em 3-5-2, será: Guarda Redes: Diogo Costa. Sem discussão, o melhor guarda-redes português da actualidade. Três Centrais: Rúben Dias, Pepe e António Silva. Três enormes centrais em três fases distintas da carreira, o que poderá trazer uma harmonia quase poética a este sector. Meio campo defensivo: João Palhinha. Uma muralha à frente da defesa. Sem concorrência à altura neste momento. Meio campo polivalente: Cancelo, a varrer a ala direita, Bernardo e Bruno Fernandes, as “cabeças” da equipa, Nuno Mendes ou Guerreiro (o factor físico será determinante) em espelho com Cancelo, mas à esquerda. Avançados: Ronaldo e Leão, ou João Félix (aqui o momento de cada um penso que será também o factor decisivo).
Resumindo, as opções são imensas, o talento está lá todo, resta esperar que o empenho seja grande para nos mantermos como sérios candidatos a mais este título.
Oiça as nossas considerações sobre este tema no quarto episódio do Podcast A Tribo do Futebol:
Gustavo Andrade