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Sporting 2025/26: Uma Nova Era de Ambição em Alvalade

Rui Borges assume o leme num plantel renovado e focado em quebrar a hegemonia dos rivais

Sporting 2025/26: Uma Nova Era de Ambição em Alvalade


O Sporting está, de facto, a desfrutar de um dos seus melhores períodos na Liga Portuguesa nos últimos anos. Podemos até dizer que estes últimos cinco anos foram os melhores do século XXI para o clube. O objetivo é manter este momento e quebrar a hegemonia estabelecida pelo SL Benfica (o seu eterno rival) e pelo FC Porto (famoso pelos seus confrontos intensos). No entanto, esta nova época vai testar verdadeiramente o que Rui Borges pode trazer à equipa. O treinador português tem, em grande parte, mantido a fórmula usada por Rúben Amorim desde que este partiu para Manchester. Quando Borges tentou adaptar a equipa a uma tática e rotinas mais familiares, o Sporting perdeu vários pontos e mostrou alguma resistência em mudar o que estavam habituados há anos, especialmente a meio da época.

A pré-época leonina foi preenchida com 8 jogos, que resultaram em 4 vitórias, 3 empates e apenas 1 derrota. Tudo para testar rotinas novas com adversários de diferentes calibres, mas com necessidade de preparar a equipa para a época que está para chegar.

Plantel (à data da escrita deste artigo):

Na baliza, tudo indica que Rui Silva será o titular nas competições mais importantes, oferecendo a segurança que os leões procuram. João Virgínia deverá assumir o papel de segunda opção, embora possa enfrentar alguma concorrência de Diego Callai.

Rui Silva parte com vantagem não só pelo bom desempenho na reta final da última época — numa posição que se manteve instável até janeiro —, mas também pela sua experiência e maturidade. João Virgínia, por seu lado, chega como uma contratação recente e com poucos jogos realizados nas últimas épocas, o que levanta algumas dúvidas quanto ao seu ritmo competitivo.

Já Diego Callai, apesar de ter sido distinguido como Guarda-Redes do Ano na Liga 3, ainda não foi verdadeiramente testado ao mais alto nível. A sua evolução será acompanhada com atenção, mas tudo aponta para que possa vir a ganhar minutos e experiência, sem a pressão imediata de assumir a baliza principal.

Na linha defensiva, as mudanças até ao momento foram poucas ou nenhumas, mas não será de estranhar que ocorram até à reta final do mercado. Com a alteração do sistema tático para um modelo mais próximo do 4-3-3, a concorrência pelas posições de defesa-central deverá intensificar-se, numa das zonas mais fortes do plantel leonino.

Gonçalo Inácio e Diomandé partem com clara vantagem para assumirem a titularidade, enquanto Eduardo Quaresma surge como uma alternativa fiável e pronta a responder sempre que necessário. Já St. Juste levanta mais dúvidas quanto à sua permanência: apesar das suas qualidades técnicas e físicas, o historial de lesões e a irregularidade exibicional colocam-no atrás dos colegas na hierarquia. Ainda assim, poderá cumprir o papel de 4.º central, caso se mantenha no plantel.

As laterais prometem ser zonas de maior agitação neste defeso. À direita, a chegada iminente de Vagiannidis levanta a questão: quem sairá? Fresneda deverá começar como titular, com o internacional grego a disputar-lhe o lugar. Essa concorrência poderá empurrar Diogo Travassos para mais um empréstimo e, eventualmente, ditar o fim da linha para Ricardo Esgaio, que entra no último ano de contrato e que, apesar da entrega, nunca conquistou verdadeiramente os adeptos leoninos. Importa ainda lembrar que Geny Catamo poderá ser adaptado a lateral-direito em certos momentos do jogo, embora neste sistema possa ser uma aposta para a parte mais ofensiva do campo.

Do lado esquerdo, Maxi Araújo deverá assumir a titularidade, oferecendo à equipa maior capacidade defensiva e margem de crescimento numa posição que exige cada vez mais equilíbrio. Matheus Reis perfila-se como a principal alternativa, e Nuno Santos continua a ser uma opção válida em situações específicas. No entanto, com a possível chegada de Mangas, não se pode descartar uma eventual saída de Matheus Reis, tanto pelas exibições inconstantes como pela polémica que marcou a sua relação com os adeptos na última época.

O meio-campo leonino ganhou um novo fôlego com a chegada do georgiano Kochorashvili, que trouxe versatilidade ao setor. No entanto, a grande questão que permanece é a continuidade de Hjulmand. O capitão dinamarquês, a par de Gyökeres, foi um dos pilares da equipa na época passada e, depois da saída do avançado sueco, uma eventual transferência do médio defensivo seria um duro golpe e acenderia todos os alarmes em Alvalade.

Apesar de jogadores como Debast terem conseguido preencher ocasionalmente a posição com competência, a solidez e leitura de jogo de Hjulmand são difíceis de igualar. Kochorashvili promete ser uma adição interessante, enquanto Daniel Bragança continua a evidenciar a sua qualidade sempre que está disponível — embora, infelizmente, as lesões continuem a travar os seus momentos em que está em crescendo. Já Morita tem vindo a perder algum fulgor e, estando a entrar no seu último ano de contrato, a sua situação merece atenção. Com tudo isto, Hjulmand acaba por ser uma espécie de “porto seguro” no meio-campo dos leões, sustentando o equilíbrio da equipa.

O Sporting deverá, naturalmente, fazer todos os esforços para segurar o dinamarquês até ao fecho do mercado. Caso tal não seja possível, será essencial encontrar uma alternativa com características semelhantes — o que não será tarefa fácil, dado o perfil raro de Hjulmand. Em alternativa, os leões podem optar por uma solução da formação, como João Simões, que já havia deixado boas indicações antes de também ser travado por uma lesão.

Ofensivamente, será interessante acompanhar as dinâmicas que o técnico pretende implementar, especialmente tendo em conta o que já demonstrou nas suas anteriores equipas, com destaque no Vitória SC. É expectável que haja alguma mobilidade posicional ao longo da época no último terço do terreno, o que pode trazer maior imprevisibilidade ao ataque leonino.

Quenda, que cumpre a sua última época em Alvalade antes de se transferir para o Chelsea, deverá ser uma das principais apostas nas alas, tal como Alisson Santos. Nuno Santos e Geny Catamo também atuarão preferencialmente nas faixas, podendo ser utilizados tanto em funções ofensivas como defensivas. Pote e Trincão deverão assumir um papel em todo o setor, surgindo como os principais criadores de jogo e peças-chave na manobra ofensiva da equipa

Apesar da boa quantidade de opções, não seria surpreendente se ainda chegasse mais um reforço para este setor (ex. Jota Silva estará na calha), no entanto, não parece ser uma prioridade imediata neste momento. A permanência de um jovem da formação poderá servir como solução de recurso, sendo que Samuel Justo, apesar de ter estado na pré-época, viu poucos minutos em Faro na época passada.

Com a saída de Gyökeres — um dos melhores jogadores da história recente do Sporting e da própria Liga Portuguesa — os leões enfrentam um verdadeiro teste de fogo nesta nova temporada. A fasquia está alta, e será difícil encontrar alguém que consiga igualar o impacto do avançado sueco. Para já, Harder assume o papel de ponta de lança principal. Trata-se de um jogador com qualidade e que já mostrou serviço ao clube, mas que terá agora a difícil tarefa de tentar manter os impressionantes números de golos e assistências deixados por Gyökeres.

Rodrigo Ribeiro permanece, para já, como a principal alternativa, mas poderá ser relegado para terceira opção com a possível chegada de Luis Suárez. O avançado uruguaio, que poderá chegar por um valor elevado, traz consigo grande expectativa e os adeptos esperam que consiga dar continuidade à veia goleadora a que a equipa se habituou nas últimas épocas.

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Texto por André Reis


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