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Benfica 2025/26: Ambição Redobrada para uma Época de Alta Pressão

Com Bruno Lage ao leme e um plantel reforçado, os encarnados preparam-se para atacar todas as frentes e enfrentar um ano decisivo dentro e fora das quatro linhas.

Benfica 2025/26: Ambição Redobrada para uma Época de Alta Pressão


Os Encarnados mal terminaram a época passada e já se preparam para dar o pontapé de saída na nova, com jogos cruciais, começando pelo acesso ao play-off da Liga dos Campeões, a par da preparação para uma "vingança" na Supertaça Portuguesa. Contudo, ainda houve tempo para uma pré-época leonina com dois jogos, que resultaram em duas vitórias e serviram para reativar as baterias para a longa época que se avizinha.

Bruno Lage teve uma época quase notável no ano passado, especialmente considerando que não iniciou a temporada. Conseguiu vencer a Taça da Liga, terminou muito perto de conquistar o campeonato (poderiam ter sido campeões em casa no penúltimo jogo) e perdeu numa final da Taça de Portugal altamente controversa. Ainda assim, este segundo ciclo do treinador português sugere que ele é a pessoa mais indicada para liderar a equipa, particularmente dada a sua paixão enraizada pelo clube.

Além disso, o Benfica enfrentará eleições no último trimestre do ano, o que poderá levar a uma mudança na presidência do clube. Isto poderá ter um impacto significativo, pois Rui Costa não é favorecido por uma grande parte dos adeptos, não só devido aos resultados, mas também porque muitos o veem como uma continuação do caminho de Luís Filipe Vieira (que também será um dos candidatos nas próximas eleições).

Plantel (à data da redação deste artigo):
A baliza encarnada não sofreu — e muito provavelmente não sofrerá — alterações neste mercado. Anatoliy Trubin mantém-se como o pilar da defesa benfiquista. Apesar de alguns momentos em que os adeptos sentiram que o guarda-redes ucraniano poderia ter feito mais, a verdade é que tem vindo a crescer de época para época e poderá estar prestes a realizar a sua melhor temporada. Samuel Soares continuará como alternativa sólida, mantendo-se paciente e preparado para agarrar a titularidade quando surgir a oportunidade. Com um percurso de formação no clube, tem sido fundamental nas competições secundárias e demonstra uma maturidade notável para quem vive à sombra de um titular estrangeiro.

A terceira opção deverá recair sobre Gonçalo Sobral, que esteve presente na Eusébio Cup e parece ter ganho espaço no plantel principal. Com estas três opções, tudo indica que o Benfica terá a baliza fechada, embora não se possa descartar totalmente a chegada de um guarda-redes mais experiente. Ainda assim, à semelhança do que aconteceu na época passada, não se espera que o clube invista muitos recursos neste setor.

Na defesa, o Benfica reforçou-se para as alas e parece estar preparado para enfrentar a nova época. Mas começando pelo centro da defesa, esta não teve alterações significativas, o que é compreensível — afinal, a dor de cabeça está precisamente em escolher a melhor dupla titular, dada a qualidade existente. Otamendi continua a destacar-se como o patrão da defesa. A sua experiência, capacidade de liderança e sangue-frio nos momentos decisivos fazem dele uma referência dentro e fora de campo. Ao seu lado, a grande disputa será entre António Silva e Tomás Araújo, dois jovens centrais de enorme talento. Ambos dividiram minutos na época passada, mas a lesão de Tomás poderá dar a António uma vantagem inicial para se afirmar no onze.

A quarta vaga no centro da defesa ainda está em aberto, com Gonçalo Oliveira e Joshua Wynder a lutarem por esse lugar. Ambos têm somado minutos na pré-época, mas o norte-americano parece partir com ligeira vantagem, não só por já ter sido chamado à equipa principal na época anterior, como pelo papel de destaque que teve na equipa B.

Nas alas da defesa, o Benfica entra na nova temporada com novidades e expectativas elevadas, especialmente devido a algumas saídas e à gestão de lesões importantes. No lado direito, Alexander Bah continuará a ser peça-chave assim que estiver totalmente recuperado. O internacional dinamarquês alia qualidade, experiência e consistência, mas a sua lesão prolongada obriga a um regresso cauteloso para evitar recaídas. Enquanto isso, Dedić assume o lugar como titular. A expectativa em torno do novo reforço é grande, e os adeptos esperam que entre rapidamente em ação e com impacto, sobretudo tendo em conta a escassez de alternativas fiáveis na época passada, onde se chegou a improvisar Tomás Araújo ou Aursnes nessa posição.

À esquerda, a continuidade de Dahl foi assegurada com o acionar da sua cláusula de compra, após uma temporada em que agradou tanto defensiva como ofensivamente. A saída de Álvaro Carreras abriu espaço para o sueco se afirmar como titular e tudo indica que será o dono da posição esta época. Ainda assim, a chegada de Obrador promete acirrar a competição. O jovem espanhol tentará seguir o caminho de outros compatriotas bem-sucedidos no clube, mas terá pela frente uma tarefa difícil, dada a consistência apresentada pelo sueco.

O meio-campo do Benfica foi um dos setores reforçados neste mercado e promete ser palco de uma competição interna interessante. A configuração deste setor será determinante para o equilíbrio da equipa, sobretudo numa época exigente a nível nacional e europeu. Entre os reforços e os nomes já conhecidos, quatro jogadores perfilam-se para lutar pelas posições mais recuadas e físicas do meio-campo: Leandro Barreiro, Florentino Luís, Enzo Barrenechea e Manu Silva.

O luxemburguês Barreiro ainda não conseguiu garantir um lugar fixo na equipa, mas terá tempo para mostrar o seu valor. Já Manu Silva viu a sua pré-época travada por lesão, mas poderá ser uma mais-valia assim que recuperar totalmente. Enzo Barrenechea, recém-chegado, apresenta-se como uma aposta sólida e poderá ser fundamental numa zona do terreno que precisa de intensidade e capacidade de recuperação. A par disso, Florentino continua a ser uma âncora fiável, com a sua leitura tática e segurança defensiva a manterem-no como uma opção sempre válida.

Entre os jovens, João Veloso deixou boas indicações na Eusébio Cup e poderá ganhar minutos ao longo da época. A integração do jovem da formação será, aliás, um dos pontos a seguir com atenção. Mas o nome que mais entusiasma os adeptos é o de Richard Ríos. O médio colombiano chega com estatuto de contratação de peso e poderá ser o elemento diferenciador no centro do terreno. Os seus bons desempenhos nas últimas épocas fazem dele uma das principais esperanças para dar qualidade e consistência ao jogo do Benfica.

Por fim, Aursnes continua a ser o “canivete suíço” da equipa. A sua versatilidade permite-lhe atuar em várias posições — tanto no meio como nas alas, defensivas ou ofensivas —, oferecendo ao treinador uma solução valiosa para momentos mais exigentes ou taticamente imprevisíveis, sempre com uma qualidade acima da média.

Ataque:
Ofensivamente, o Benfica ainda tem trabalho a fazer até ao fecho do mercado. A qualidade existe, mas a profundidade do plantel nesta zona do terreno está longe de ser ideal para um clube com ambições elevadas e em várias competições. Kerem Aktürkoğlu e Andreas Schjelderup parecem ser apostas firmes para as alas — ambos já mostraram qualidade e bons momentos, mas a expectativa é que consigam trazer mais consistência ao jogo ofensivo e reforcem a imprevisibilidade da equipa ao longo da temporada.

Tiago Gouveia poderá ter mais minutos nesta época, sobretudo após recuperar da lesão que o afastou dos relvados durante um longo período. A sua capacidade de desequilíbrio e verticalidade poderão ser úteis num calendário carregado. Já Bruma sofreu uma lesão grave e estará ausente por tempo prolongado, o que agrava ainda mais a necessidade de reforços. Valentín Prestianni surge como uma opção versátil — pode atuar nas alas ou como segundo avançado. A sua flexibilidade e talento permitem-lhe ser uma peça interessante no plantel, e tudo indica que saberá aproveitar as oportunidades que lhe forem dadas.

Com este cenário, é evidente que o Benfica precisa de reforçar o ataque. Idealmente, seria necessária a chegada de dois jogadores: um extremo com impacto imediato e um segundo avançado que complemente a frente de ataque. João Félix chegou a ser apontado como possível reforço, mas acabou por seguir para a Arábia Saudita, deixando as águias a explorar outras alternativas. Hadj Moussa tem sido referido como principal alvo, mas, a manter-se como única contratação ofensiva, poderá não ser suficiente para colmatar todas as lacunas. Os próximos dias serão decisivos — e o “verão quente” de agosto poderá trazer novidades importantes para os encarnados.

  

Frente de ataque:
A aposta está feita, e tudo indica que esta será uma das posições mais bem preenchidas do plantel encarnado. Vangelis Pavlidis, depois de uma adaptação algo demorada na época passada, começou a mostrar todo o seu valor na reta final. O avançado grego deu sinais claros do porquê da sua contratação e, se iniciar esta temporada com o mesmo nível, poderá muito bem destacar-se como o melhor ponta de lança do campeonato — e ser peça-chave no regresso do Benfica aos títulos.

Henrique Araújo surge como principal alternativa. O jovem português parece estar a viver uma nova etapa na Luz, com mais maturidade e ambição. É notório o carinho com que veste a camisola encarnada, e essa ligação emocional ao clube poderá fazer a diferença em jogos de maior pressão, onde o “peso do manto sagrado” se faz sentir.

A fechar o lote de opções poderá estar Ivanovic. O avançado croata poderá chegar com faro de golo e promete dar concorrência séria aos colegas de posição. O seu perfil físico e capacidade de finalização poderão ser úteis tanto como titular como arma secreta vinda do banco. Com estas três opções — um titular consolidado, um jovem com identidade benfiquista e um reforço promissor — o Benfica entra na época com a frente de ataque reforçada e bem equipada para enfrentar os desafios internos e internacionais. O objetivo é claro: recuperar a tradição de ter pontas de lança de referência… e de meter medo.

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Texto por André Reis


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