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A Liga Europeia que a UEFA Mais Teme

Uma ameaça direta ao poder e às receitas da UEFA

A Liga Europeia que a UEFA Mais Teme

A criação de uma liga europeia organizada por divisões representa a maior ameaça existencial à UEFA.

Atualmente, a instituição controla o calendário, as competições, as receitas televisivas e a distribuição financeira, concentrando um poder que condiciona todo o futebol europeu.

Uma liga estruturada e governada diretamente pelos clubes retiraria à UEFA o seu principal ativo — a Liga dos Campeões — e, com ele, uma parte significativa do poder acumulado ao longo das décadas. A Liga dos Campeões deixaria de ser o “produto premium” do futebol europeu para passar a ser apenas mais uma competição entre outras.

O impacto político seria igualmente profundo. A força da UEFA assenta no apoio das federações pequenas e médias, que lhe garantem uma maioria permanente nos processos de decisão e mantêm o atual equilíbrio de poder institucional.

Uma liga europeia com divisões criaria novas fontes de receita, reduziria a dependência dos clubes em relação às federações e enfraqueceria essa estrutura de poder. Ao mesmo tempo, exporia a irrelevância económica de muitas ligas nacionais, que sobrevivem sobretudo porque os principais clubes não dispõem de uma alternativa competitiva superior.

A oposição da UEFA — desde as primeiras propostas da Superliga, passando pelas discussões do G14, até aos acontecimentos de 2021 — revela esse receio. A instituição bloqueia sistematicamente qualquer alternativa, sem nunca apresentar um modelo verdadeiramente competitivo que permita aos clubes de países mais pequenos competir em igualdade com os das ligas mais ricas, porque uma liga europeia organizada por divisões ameaçaria o seu poder, as suas receitas e até a própria razão da sua existência.

Artigo de opinião por:

Diogo Sousa


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