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Bola na mão ou mão na bola?

Análise sobre a nova polémica nos jogos de futebol

Bola na mão ou mão na bola?


Poderá ser mera impressão minha, mas creio que esta dialéctica é recente… Muito recente. Antigamente – entenda-se por antigamente, sensivelmente, há cinco anos para trás – não me recordo de grandes polémicas em lances dentro da grande área, quando a bola batia no braço ou o braço batia na bola… Era grande penalidade e ponto! Recentemente – entenda-se por recentemente, sensivelmente, de há cinco anos para cá – surgiu uma grande polémica quando esses lances ocorrem dentro da grande área, nomeadamente, quando estão os clubes de maior dimensão, envolvidos.

Discute-se a intencionalidade, o que se entende por “mão”, bem como, de forma subliminar e é isso que acaba por despoletar toda a polémica, o clube envolvido no lance. De forma pragmática, em 98% dos lances – sem nenhuma base científica, realço – o jogador não tem intenção de jogar a bola com a mão.

Vejamos, intencionalidade, significa querer e não creio que algum profissional tenha a intenção de jogar a bola com mão prejudicando deliberadamente a sua equipa. A verdade é que o futebol está tão explorado hoje em dia, tão desgastado, tão dissecado, que é necessário alimentar programas de televisão onde meros “comentadores” – como qualquer um de nós poderia ser – se tornam “opinion makers” que discutem o lance durante uma hora…

Mais estranho – poderá ser, novamente, mera impressão minha – é que quando estes lances ocorrem em jogos referentes a competições europeias, a polémica não existe, sendo unânime a sua análise… Fico na dúvida, se há regras de arbitragem diferentes em Portugal e no resto da Europa – até porque muitas vezes vejo lances no nosso campeonato em que surgem comentários como “se fosse lá fora…” ou mesmo lances do futebol inglês em que vejo entradas mais ríspidas passar impunes, seguidas do comentário “o futebol inglês é mesmo assim” – ou se, na realidade, não interessa discutir o lance em si, mas defender/atacar cegamente os clubismos de cada um…

Parece-me indiscutível que, assim que esgotado o modelo de análise “bola na mão ou mão na bola”, novas discussões surgirão, como um jogador que rasteira outro dentro da grande área, perceber se houve realmente intenção de rasteirar ou, simplesmente, jogar a bola, ou mesmo se não terá sido o adversário que colocou as pernas à frente de quem o rasteirou, quando podia ter evitado esse contacto…

Temos polémica garantida para a eternidade…

Texto por João Lopes


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