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Os melhores de 2017: Ranking OndeBola

MELHOR MÉDIO DEFENSIVO

Os melhores de 2017: Ranking OndeBola


Já analisámos o guarda-redes e o quarteto defensivo, chegou a vez do médio defensivo. À frente da defesa, desempenham um papel importante no equilíbrio defensivo e na primeira fase de construção. São mais associados ao momento defensivo do que ao ofensivo, mas do meu ponto de vista, esta associação é redutora. No futebol actual a construção apoiada desde o primeiro momento é fundamental e para isso é necessário um médio defensivo agressivo a defender e ainda mais agressivo a atacar.

Em primeiro lugar uma das grandes surpresas, Samaris. Antes de mais devo explicar que tive dificuldade em definir a posição do Grego. Se é verdade que no Benfica Samaris foi sempre um oito (médio ofensivo), esta temporada, durante as lesões de Fejsa, o Grego ocupou a posição seis como titular e por essa razão coloquei-o como médio defensivo. No entanto a classificação de Samaris é influenciada por dois factores: primeiro porque jogou uma parte significativa do tempo como médio ofensivo, com todas as vantagens que isso trás em termos de pontuação ofensiva; em segundo lugar porque Samaris jogou apenas 953 minutos, pouco mais de 10 jogos, e por isso tem a vantagem de não ter que ser regular por muitos jogos, o que o benificía também. No entanto, regras são regras, Samaris cumpre-as todas e é o melhor médio defensivo da época.

Em segundo e terceiro lugares aparecem aqueles que eram os candidatos mais naturais ao primeiro posto. Danilo e Fejsa foram de facto os melhores nesta posição. Danilo ganhou alguma vantagem no capítulo ofensivo (4 golos marcados) e no de passe, enquanto Fejsa se destaca um pouco no defensivo, mas o equilíbrio é evidente. De notar a ausência de William Carvalho do pódio cuja performance foi bastante influenciada pelo fraco comportamento colectivo da equipa, sobretudo na defesa. Em condições normais William estará sempre nos três melhores.

Fora dos grandes chama a atenção a excelente pontuação de Yebda. O ex-jogador do Benfica, que actua no Belenenses, foi naturalmente influenciado pelos poucos minutos que jogou, mas ainda assim é de registar a boa época do Argelino, sobretudo no capítulo da qualidade de passe. Não fossem as lesões contínuas que o assolam e talvez a sua carreira tivesse tido um caminho diferente. A seguir temos Rafael Miranda que na segunda passagem pelo nosso campeonato consegue uma performance interessante. Aos 32 anos já não deve conseguir mais do que a Liga Europa e não podemos ignorar que alguns dos minutos que jogou (e não foram muitos) foram numa posição mais adiantada, com as vantagens que já referi em Samaris. A fechar o pódio fora dos grandes temos Petrovic que com poucos minutos (pouco mais de 10 jogos, devido a lesão) consegue uma performance bastante promissora, numa equipa muito interessanto como foi o Rio Ave de Castro. Esta época, com a pré-época no Sporting a correr bem, pode muito bem ficar no plantel leonino e lutar por um lugar com William Carvalho (caso este não seja vendido).

Ficam os detalhes como de costume, onde é possível diferenciar os jogadores em cada um dos parâmetros que compõem o modelo. Em relação a Samaris os cartões amarelos foram o principal defeito, que é sobejamente conhecido por todos. Os posicionamentos errados e a vontade de "ir a todas" do Grego levam a que esteja fora do sítio constantemente e seja obrigado a recorrer a faltas, por vezes duras. Já Danilo precisa de evoluir na participação ofensiva por via de assistências (efectivas ou tentadas). Não fossem os 4 golos de bola parada e Danilo podia não estar nos três primeiros. O mesmo se pode dizer de Fejsa que continua a não deslumbrar com bola. Os números reflectem exactamente aquilo que eu defendo: Danilo e Fejsa são os mais fortes do nosso campeonato, mas são médios defensivos daqueles que cada vez menos têm lugar no futebol moderno. Ruben Neves por exemplo, que não aparece no ranking porque não jogou o suficiente, tem aquilo que eu defendo num médio defensivo moderno: é agressivo sem bola (na bola e nos espaço) mas sobretudo tem uma qualidade tremenda com bola, sempre à procura da melhor solução para que a equipa prossiga em melhores condições para o golo.

Texto por Telmo Frias


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