Champions League 2017-2018: Rescaldo da tragédia na Suiça
Uma tragédia anunciada... Análise Benfica
Há mais de dois anos que por aqui vamos afirmando que falta ao treinador do SL Benfica qualidade para merecer o cargo que ocupa. Não o dissemos ontem, quando Benfica foi goleado na Suíça por uma equipa modesta, nem quando perdeu no Bessa ou quase empatou em casa com o Portimonense. Dissemos quando SL Benfica era primeiro, foi campeão e bicampeão. Bem sei que era mais fácil esperar pelos desaires, mas fomos argumentando (e fomos criticados por isso) durante bastante tempo. Agora tudo mudou e começam a ser poucos os que acreditam que Rui Vitória é o homem certo no lugar certo. O problema é que esses são os que sistematicamente analisam o trabalho dos treinadores olhando para os resultados...
A forma de jogar do Benfica não mudou, é a mesma há três temporadas, com todos os seus defeitos e as suas virtudes. Então o que mudou, perguntam? O que mudou foram alguns jogadores. E que culpa tem o treinador que tenha uma equipa mais fraca que nos anos anteriores? Nenhuma, ou muito pouca, se tivermos em consideração que o treinador deve ter dado o aval ao plantel disponível. O problema é (e foi sempre!) aquilo que o treinador acrescenta, em termos colectivos, à sua equipa. E a resposta é nada! É nada este ano, foi nada no ano passado e foi nada no ano anterior. É bicampeão? É sim senhor, mas com o único mérito de não ter deixado cair o grupo na primeira fase da primeira época, em que as coisas estiveram mais ou menos como agora.
O jogo de ontem vem provar aquilo que há muito por aqui se vem dizendo. O Benfica foi sempre ganhando porque a qualidade individual resolvia os problemas colectivos (e outros erros individuais). Hoje isso não acontece porque há menos qualidade no plantel, sobretudo no sector mais recuado. Vamos a factos.

O primeiro golo na Suíça é mais um exemplo do que repito vezes sem conta há mais de dois anos. O comportamento da linha defensiva do Benfica é pobre e comete erros em todos os jogos. Repito, é isto pela terceira época! O que é que mudou? Éderson não está na baliza a controlar todo o espaço nas costas da linha defensiva. Nas últimas duas temporadas o guarda-redes que se mudou para Manchester resolveu dezenas de situações destas. E resolveu porque é muito mais rápido que a maioria dos guarda-redes (na passada mas sobretudo na leitura e na tomada de decisão) e porque se posiciona como poucos (estaria certamente uns bons metros à frente). Com Júlio César (ou Varela) a exposição às falhas da linha defensiva é muito maior.

O segundo golo é um novo exemplo do que vimos dizendo há anos. O controlo do espaço nas costas da linha defensiva é deficiente e põe em risco toda a organização em diversas ocasiões. Mas porque é que nos anos anteriores os golos não apareciam com tanta facilidade? Porque em vez de André Almeida estaria Nélson Semedo que com uma velocidade assombrosa recuperava a posição mesmo quando o seu posicionamento era perigoso do ponto de vista colectivo. E depois ainda havia Éderson que para além do que já foi dito ainda é fortíssimo no 1x0.
Depois disto o terceiro golo há uma infantilidade de Fejsa, coisa a que já nos habituou, que faz um penalty escusado e mata o jogo do ponto de vista psicológico para o Benfica. Analisar tudo o que aconteceu depois disto não faz sentido uma vez que os jogadores estão completamente fora do jogo.
Texto por Telmo Frias
deverá aparecer no ecrã principal do seu telemóvel como se fosse uma app. Passe a usar esse icon para abrir o site OndeBola.