O "Derby" mais esperado está aí! Sporting-Benfica
O que dizem os números do jogo que pode decidir o título.
À semelhança do que fiz para o "SL Benfica vs FC Porto" de há uns dias, vou apresentar alguns números do Sporting CP e do SL Benfica que explicam a performance das duas equipas até ao momento. Com estes números tento dar a minha opinião sobre o que pode dar este jogo que pode definir esta recta final do campeonato.
Defensivamente os números estão assim:
Uma vez mais, o equilíbrio é a nota dominante, não havendo grandes diferenças em nenhum dos indicadores defensivos.
Como é normal neste tipo de duelos são os detalhes que vão definir o resultado final pois estamos na presença de duas grandes equipas, recheadas de grandes jogadores.
Em termos de agressividade o Sporting leva sempre uma pequena vantagem (ver duelos, duelos aéreos, desarmes, intercepções, recuperações e faltas) o que parece indicar que o modelo assenta numa pressão mais acentuada aos seus adversários quando não tem a bola (sobretudo na reacção à perda).
Os dois indicadores que deixei para o fim são os que à partida seriam mais controversos porque apesar de ser mais agressivo e recuperar mais bolas, o Sporting sofre o dobro dos golos (0,93 vs 0,48) e sofre mais golos dentro da área. Estes dois indicadores são os que mais relevância têm na performance global da equipa esta época e reflectem, na minha opinião, a qualidade inferior dos jogadores mais recuados do Sporting em termos individuais.
Os laterais que o Sporting apresenta esta época são bastante inferiores a todos os dos seus rivais directos e já falei sobre isso em artigos anteriores (ver aqui e aqui). O mesmo se passa, com menos influência, com os centrais. Semedo, Paulo Oliveira e Douglas são claramente inferiores a Coates (e aos centrais dos rivais) em todos os aspectos, mas sobretudo no aspecto táctico (Semedo e Oliveira têm margem de progressão e trabalham com o treinador certo para melhorar).
Em termos ofensivos é este o panorama:
O equilíbrio mantém-se nos aspectos ofensivos e isso não é mais do que normal, tendo em conta a diferença na qualidade dos três grandes para as restantes equipas. Os remates na baliza, os golos marcados e de bola parada são praticamente iguais mas há uma pequena vantagem do Sporting nos golos de cabeça. Bas Dost não é alheio a esta diferença e este detalhe pode ajudar a definir o resultado final. Em relação à qualidade de passe o equilíbrio é enorme: passes, passes curtos e posse de bola praticamente iguais. Nos passes longos há uma ligeira vantagem do Sporting mas ainda assim com valores bastante próximos. O Sporting parece atacar um pouco mais que o Benfica uma vez que a percentagem de passes no meio campo adversário é mais alta. O facto de o Sporting ter estado mais vezes à procura do resultado pode justificar esta diferença, bem como a maior quantidade de cruzamentos e cantos. Os indicadores que apresentam diferenças mais significativas são a percentagem de golos na área e as assistências tentadas. No primeiro indicador, o Sporting leva vantagem, sobretudo porque Bas Dost fez quase metade dos golos do Sporting e normalmente faz golos dentro da área. As assistências tentadas podem ser justificadas pela maior qualidade do Benfica na fase de criação, sobretudo no corredor central, com Pizzi e Jonas num nível muito superior a Adrien e Bryan Ruiz ou Alan Ruiz, em termos de criatividade e de último passe. O mesmo se passa nos corredores laterais onde apenas Gélson tem argumentos para lutar com Rafa, Cervi ou Zivkovic. No entanto vai jogar Sálvio...
Em resumo, o equilíbrio vai ser a nota dominante e o meu palpite inclina-se novamente para um empate (ou para uma diferença mínima) mas com golos de ambas as equipas. O Sporting tem o factor casa e a melhor fase que atravessa a seu favor enquanto os encarnados têm a motivação de estar no final da luta pelo tetra. Continuo a acreditar que não se vai decidir nada nesta jornada e que a luta vai continuar até ao fim, no entanto é fundamental para o Benfica não perder este jogo. Prevejo por isso um Sporting com mais bola e o Benfica a jogar em contra-ataque. As dificuldades do Sporting a defender e a superior qualidade individual podem beneficiar os encarnados, mas a qualidade colectiva pode ajudar o Sporting a equilibrar as contas.
Texto por Telmo Frias